31 jul 2018

Por que empresas quebram ainda no início das atividades?

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Por que empresas quebram ainda no início das atividades?

O brasileiro é um empreendedor nato. Por isso, criatividade e inovação não faltam por aqui. O problema é que uma parte significativa desse potencial não se transforma em negócios de sucesso. Um levantamento realizado pelo Sebrae, em 2011, mostra que o país cria em média 1,2 milhões de novos empreendimentos formais por ano. Contudo,  62% das empresas quebram antes do 5º ano de vida.

Mas afinal, por que as empresas quebram no Brasil?

Muitas razões explicam esta pergunta. No entanto, neste artigo, vamos tratar apenas das questões que estão sob o controle dos empreendedores. Trabalharemos nos próximos parágrafos com as principais razões que levam uma empresa a quebrar em seus primeiros anos de operação.

Desconhecimento da legislação tributária

Sabemos que, no Brasil, temos muitos impostos sobre empresas. Mas, muitos empreendedores planejam sua operação sem o conhecimento de todos os impostos que terão que pagar, comprometendo a viabilidade econômica da empresa logo no início de suas operações.

Um dos exemplos disso é o SIMPLES nacional, regime tributário opcional para microempresas e empresas de pequeno porte. Este regime aplica alíquotas que variam de 6 a 33% do faturamento, dependendo da atividade exercida e da receita bruta anual. Neste caso, a empresa poderá vender seus produtos livremente, mas no fim do mês, terá que emitir um boleto de pagamento do imposto devido. Se não estiver no planejamento financeiro da empresa, a margem de lucro pode ser prejudicada.

Além disso, caso a empresa cresça um pouco mais, terá que migrar para o regime de lucro presumido, que também aplicará uma alíquota sobre o faturamento mensal, sendo a empresa obrigada a gerar uma guia de pagamento ao Estado.

Contudo, o maior problema para empreendedores não são os impostos sobre a receita, pois estes são fáceis de prever e calcular. O mais complicado é a infinidade de tarifas avulsas cobradas pelo governo, pagamentos que vão desde taxas de incêndio e fiscalização sanitária até a cobrança pela instalação da placa da empresa. Para isso, é necessário um planejamento financeiro organizado e eficiente.

Falta de planejamento do capital de giro

Quando a ideia de abrir uma empresa vem à cabeça, a primeira coisa que o empreendedor faz é uma conta rápida sobre a possível lucratividade do negócio. Se ele estima que terá custos de X e receitas de 2X, o negócio é viável, certo? Errado! A administração do capital atrelado à operação é fundamental para que a empresa não quebre em seus primeiros anos.

Então, imagine uma padaria recém-inaugurada, que opera com a seguinte estrutura de custos:

 (+)Receita Líquida   100.00
    (-) Custo dos Produtos vendidos   60.000
 (=) Resultado Bruto   40.000
    (-) Despesas Operacionais   20.000
    (-) Despesas Financeiras   5.000
    (-) Impostos e Contribuições   5.000
 (=) Lucro Liquido   10.000

A estes custos, somam-se os seguintes fatos:

  • Em razão de o negócio ser novo, o dono não consegue prazo com os fornecedores
  • 70% das vendas é feita via cartão de crédito e o banco só paga com 30 dias

Considerando todas estas questões, sabemos que dos R$100 mil faturados, R$90 mil são custos e despesas e apenas R$30 mil foram recebidos à vista, o que gera um vácuo no caixa de R$60 mil. Este é o capital de giro mínimo para que o negócio funcione por 1 mês.

Se o empresário tem apenas os R$60 mil em caixa e decide fazer uma campanha para aumentar as receitas, seu negócio estará em risco. Com a elevação das vendas, crescem também os custos e se ele não possuir fundos para cobrir o vácuo no caixa, poderá quebrar a empresa.

Por isso, é importante contar com parceiros estratégicos, que possam fomentar o negócio, fornecendo capital de giro a juros baixo, de forma que a empresa consiga pagar pelo empréstimo e financiar sua operação.

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Dimensionamento financeiro inadequado

Muitas das micro e pequenas empresas surgem de momentos de necessidade financeira ou da paixão do empreendedor pela atividade explorada. Por isso, casos de pouco planejamento e dimensionamento financeiro são abundantes entre os novos empreendimentos.

Assim, é comum que, no planejamento financeiro, parte dos futuros empresários não considere alguns custos que provavelmente virão. Por exemplo, taxas de diversas naturezas, despesas com manutenção corretiva e até mesmo a necessidade de concessão de prazo nas vendas podem passar despercebidas pelos futuros gestores financeiros.

Nesse sentido, despesas não previstas podem reduzir a lucratividade e, em casos graves, podem até ser uma das razões da falência.

Alto custo das operações financeiras

O quarto fator pelo qual as empresas quebram em seus primeiros anos é o alto custo das operações financeiras. Isso porque, muitos empresários fazem os cálculos de lucratividade considerando apenas os custos operacionais e tributários. Isso pode complicar a rentabilidade do negócio e inviabilizar sua operação.

Se uma pequena indústria fatura cerca de R$200 mil mensais e após pagar todas as despesas fixas e variáveis, fica com R$15 mil, sua margem de lucro líquido é de 7,5%. Se ela precisar financiar mais máquinas e o banco cobrar taxas iguais ou maiores que 7,5%, a transação não valerá a pena, pois além dos desembolsos financeiros, haverá a despesa com a depreciação do ativo.

Por isso, assim como na questão do capital de giro citada anteriormente, é essencial que o gestor consiga parceiros que fomentem sua operação a juros baixos caso ele não disponha de capital próprio para financiar a empresa, evitando assim que ela quebre logo no início.

As razões por que empresas quebram estão, quase sempre, relacionadas ao mal posicionamento estratégico e à gestão financeira inadequada. Neste último caso, grande parte das situações envolve complicações com capital de giro, dimensionamento financeiro inadequado e a mistura das contas dos sócios com as da empresa. Por isso, manter o caixa dentro do planejamento e conseguir fontes baratas de financiamento é essencial para o sucesso da companhia.

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