Mais do que nunca, a saúde financeira das empresas se tornou um tema ainda mais relevante. Além de uma proposta de valor e estratégia de aquisição de clientes, é necessário ter boas margens de lucro. Não é à toa que, no mundo das startups, “unicórnios” estão perdendo espaço para as empresas “camelo”: aquelas que geram caixa e não só boas ideias, trazendo rentabilidade ao invés de viver na especulação das “valuations” (avaliação de valor de cada empresa). Por isso, saber como calcular o ponto de equilíbrio do seu negócio é fundamental.
Chegou esse momento, mas você ainda tem dúvida sobre como fazer essa conta? Neste conteúdo você encontrará todas essas respostas e, a partir das análises de cada um dos tipos de ponto de equilíbrio existentes, você terá maior capacidade analítica para fazer uma gestão financeira ainda mais robusta para a sua empresa. Vem com a gente e aprenda como calcular o ponto de equilíbrio da sua empresa!
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O que é ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio, também chamado de break even point, é uma condição em que o faturamento da empresa é suficiente para cobrir os gastos que ela tem para funcionar, sem sobras.
Apesar do nome em inglês e da importância que este indicador tem, vale destacar que o ponto de equilíbrio nunca será o alvo de uma empresa no longo prazo. Isso porque ele é apenas o ponto em que não há prejuízo para o negócio – mas também não há lucro.
Existem algumas formas de calcular o ponto de equilíbrio e elas vão desde a análise contábil até a análise econômica, passando, também, pelo ponto de equilíbrio financeiro.
Como calcular o ponto de equilíbrio contábil
Um dos cálculos mais utilizados para se chegar ao ponto de equilíbrio é o chamado ponto de equilíbrio contábil.
Para calcular o ponto de equilíbrio contábil, você precisará conhecer os seus custos e despesas fixas. Ou seja, quanto você gasta para produzir o que vende ou para entregar o serviço que a sua empresa oferece, e quanto você desembolsa com despesas, que são gastos que não estão diretamente ligados ao processo de produção.
Sabendo deste montante, você poderá ir para a segunda etapa deste cálculo, que é a de conhecer a sua margem de contribuição.
A margem de contribuição é o volume de dinheiro que sobra ao dono da empresa depois de descontados os custos e despesas fixas.
Suponha que o produto que você oferece ao mercado custa R$50,00 e que o custo unitário de produção, o chamado custo variável, seja igual a R$18,00, e as despesas com vendas, também em termos unitários, a despesa variável unitária, seja igual a R$4,00. Neste cenário, a sua margem de contribuição unitária será igual a R$28,00.
Para calcular o seu Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC), você precisará agora dos seus gastos fixos.
Vamos assumir que a sua empresa tenha gastos fixos da ordem de R$5.000,00. Você vai dividir os seus gastos fixos pela margem de contribuição unitária.
PEC = custos e despesas fixas ÷ margem de contribuição
PEC = R$5.000,00 ÷ R$28,00 → PEC = 178,6
O que isso quer dizer? Quer dizer que, para não ter prejuízo – nem lucro, a sua empresa precisaria vender 179 unidades do bem ou serviço que ela oferece.
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Como calcular o ponto de equilíbrio financeiro
A partir de agora, será mais fácil entender os demais cálculos de ponto de equilíbrio. Isso porque a diferença entre ponto de equilíbrio contábil e ponto de equilíbrio financeiro é muito sutil.
Diferentemente do ponto de equilíbrio contábil, o ponto de equilíbrio financeiro excluirá do total de custos fixos os valores que não são gastos desembolsáveis relativos à depreciação dos ativos.
A depreciação dos ativos de uma empresa é chamada de gastos não desembolsáveis em função de não haver, de fato, desembolso do negócio.
Vejamos: uma máquina cujo valor é de R$3.000,00 apresenta depreciação de 10% do valor anualmente. Então, no método contábil, a depreciação anual deste ativo é de R$300,00, sendo considerada como custo fixo e computada nos gastos fixos totais.
No ponto de equilíbrio financeiro, essa depreciação não será considerada como custo e isso deixará a conta um pouco diferente.
Assumiremos que, dos gastos fixos totais do exemplo acima, R$500,00 estejam associados à depreciação dos ativos da empresa. Então, para chegarmos ao ponto de equilíbrio financeiro teremos:
PEF = (custos e despesas fixas – valores não-desembolsáveis) ÷ margem de contribuição
PEF = (R$5.000,00 – R$500,00) ÷ R$28,00 → PEC = 160,7
Levando em consideração apenas aquilo que, de fato, é desembolsado, a sua empresa precisaria vender 161 unidades dos bens ou serviços que ela oferece para não ter prejuízo.
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Como calcular o ponto de equilíbrio econômico
Agora que você está ainda mais conhecedor dos possíveis pontos de equilíbrio, vamos entender o ponto de equilíbrio econômico, sendo esse o mais completo em relação aos dois cálculos anteriores.
A primeira coisa a saber é que o ponto de equilíbrio econômico levará em consideração os custos com a depreciação.
A segunda coisa importante dentro deste tipo de cálculo, é que nele você terá que levar em consideração o volume de lucro requerido que compense o investimento realizado pela sua empresa. Este lucro mínimo exigido é o chamado custo de oportunidade.
Vamos ao exemplo: suponha que a sua empresa tenha um patrimônio líquido de R$25.000,00 e que a exigência de lucro a partir do patrimônio líquido seja igual a 10%, ou seja, R$2.500,00.
Você deverá somar aos gastos fixos totais o lucro mínimo exigido e dividir pela margem de contribuição.
PEE = (custos e despesas fixas + lucro exigido) ÷ margem de contribuição
PEE = (R$5.000,00 + R$2.500,00) ÷ 28,00 → PEC = 267,9
Neste caso, para que a empresa não tenha prejuízo e ainda entregue o lucro mínimo exigido para a remuneração dos investimentos, ela precisará vender 268 unidades ou serviços que ela oferece.
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A importância do ponto de equilíbrio em seu negócio
Agora que você já entendeu que ponto de equilíbrio é o volume mínimo de receitas que você precisa para empatar o jogo nas contas da empresa e como fazer esses cálculos, vamos descobrir utilidades para ele.
O ponto de equilíbrio também está conectado com seu planejamento orçamentário, pois ele é parte importante na construção de suas projeções de faturamento e custos, como vimos nos cálculos anteriores.
Além disso, o ponto de equilíbrio é utilizado por algumas empresas como uma primeira meta importante e a divisão desse objetivo com seus funcionários pode ser interessante.
Dessa maneira, de uma forma amigável e bem liderada, todos estarão engajados em alcançar o ponto. Isso pode significar uma equipe de vendas mais focada e um ambiente mais consciente e preocupado com gastos em geral da empresa.
Vale lembrar que, uma empresa que conhece seu ponto de equilíbrio, pode definir melhores estratégias para alcançá-lo e, depois, ultrapassar o ponto mágico rumo ao lucro.
E aí, aprendeu como calcular o ponto de equilíbrio? Então, compartilhe essa informação com a sua rede de contatos e bons negócios para você 🙂
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André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais, coordenador do Grupo de Pesquisa DEPEC da UNIP e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico”.
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