06 maio 2021

Como a inflação no Brasil afeta a sua empresa?

Como a inflação no Brasil afeta a sua empresa?

Você já foi pego de surpresa por um aumento nos preços de matérias-primas ou de produtos que você revende? Caso a sua resposta seja “sim”, você provavelmente já foi vítima da inflação no Brasil.

Neste artigo, buscamos explicar este importante conceito de forma simples e funcional para que você não passe mais aperto com o aumento dos preços. Além disso, trouxemos algumas dicas valiosas de como você pode enfrentar, de forma eficaz, um aumento do índice de inflação em produtos e serviços.

Chegou a hora de usar essas informações ao seu favor e fugir desta armadilha. Preparado?

Inflação: o que é?

Apesar de estar sempre presente nos noticiários e nas conversas cotidianas, a inflação, muitas vezes, não é bem entendida por boa parte da população. Em primeiro lugar, é importante irmos ao fundo da questão e definir o termo: a inflação é o aumento generalizado dos preços.

A expressão “aumento generalizado” é de grande importância para entendermos esse conceito, já que a inflação é, na verdade, uma média ponderada dos preços de centenas de produtos e serviços. Dito de outra forma, não existe a inflação do feijão ou do arroz, por exemplo. 

Então, podemos dizer que não há inflação mesmo acompanhando, de perto, o aumento significativo dos preços do arroz e dos combustíveis, por exemplo? A resposta é sim!

Se os preços do arroz e dos combustíveis subirem ao mesmo tempo em que tivermos uma redução dos preços do feijão, carnes e leite, por exemplo, seria como se os aumentos fossem, em certa medida, compensados pela queda dos preços de outros bens.

E dentro do contexto empresarial, a lógica é a mesma. Pode ser que somente o preço de uma matéria-prima suba de maneira bastante intensa, mas de outros insumos relevantes, não. Então, na média, a inflação pode ter se mantido estável ou com um aumento muito pequeno.

Portanto, para ser inflação, é indispensável que a maior parte dos produtos que compõem a cesta de itens avaliados apresente aumento significativo.

Como medir a taxa de inflação no Brasil

O Brasil é um dos países que conta com o maior número de indicadores de inflação. Por aqui, temos instituições que fazem levantamentos semanais, mensais e trimestrais. E já que são muitos os indicadores de inflação, é importante que você saiba que o indicador oficial de inflação no Brasil é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, mais conhecido pela sigla IPCA. Mas o que é o IPCA?

O IPCA é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e é a partir destes dados que avaliamos se a inflação no Brasil está aumentando ou diminuindo. Além disso, este indicador serve como parâmetro para avaliar se o Banco Central está cumprindo as metas de inflação.

O Banco Central, autoridade monetária brasileira, tem o dever de zelar pelo poder de compra da nossa moeda. Neste sentido, é sua obrigação perseguir a meta de taxa de inflação. Essa meta é definida pelo Conselho Monetário Nacional.

Você talvez se questione: mas por que ter uma meta de inflação? Bem, em linhas gerais, uma vez que a inflação é o aumento generalizado de preços, significa que os empresários estão cobrando um pouco mais caro pelos seus produtos. Então, isso também é um sinal importante para você e para o seu negócio.

O que o Banco Central faz é garantir que esse aumento seja estável e constante, sem grandes surpresas. E apesar da importância do IPCA, alguns índices, publicados por outras instituições, também são de extrema relevância para o seu negócio, como o IGP-M.

O Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) é divulgado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas e sua importância decorre de sua aplicação histórica: desde muito tempo, ele é usado para a indexação ou correção de contratos entre pessoas e empresas. Os contratos de aluguéis, por exemplo, normalmente atrelam os reajustes anuais à variação do IGP-M.

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Juros e inflação: como se antecipar aos movimentos do mercado

Parece difícil, mas nós vamos mostrar a você que é possível se antecipar aos movimentos e efeitos da inflação nos preços ao consumidor.

Em primeiro lugar, é importante destacar que, normalmente, os preços ao consumidor final refletem movimentos que aconteceram em etapas anteriores dentro da cadeia produtiva.

De forma bastante sintética, porém eficaz, é importante que você saiba que existem diversos indicadores que mostram especificamente a taxa de inflação às indústrias, por exemplo. O Índice de Preços ao Produtor (IPP), também divulgado pelo IBGE, nos permite entender se existe algum tipo de distúrbio dos preços na base da cadeia produtiva. 

Se existe um processo de encarecimento das matérias-primas, insumos e serviços indispensáveis ao processo produtivo, isso pode, potencialmente, traduzir-se em aumento dos preços ao consumidor. 

Na medida em que os produtores repassam esses aumentos de custos ao setor atacadista e este, por sua vez, repassa esses custos ao setor varejista, os comerciantes não terão muita escolha a não ser repassar esse aumento ao consumidor final.

Além do IPP, outros indicadores podem nos ajudar na antecipação dos movimentos do mercado. O IGP-M, citado mais acima como importante indicador de inflação, é um deles.

Diferentemente do IPCA, índice oficial de inflação no Brasil, o IGP-M é composto das variações de preços no setor atacadista, de construção civil e ao consumidor final. Por ser essa média ponderada das variações de preços de diversos setores, o IGP-M envia os primeiros sinais de que pode haver algum processo inflacionário vindo da base da cadeia produtiva.

Você precisa proteger o seu negócio

Existe um conceito em economia chamado “elasticidade”. Esse conceito mede qual a variação da demanda por um produto ou serviço a partir da diminuição do preço deste bem. Em outras palavras, se o preço de uma mercadoria caiu 10% por conta de um desconto promocional, quanto a demanda aumentará ou diminuirá como resposta a essa mudança de preço? A elasticidade busca esta resposta.

Quando o aumento das vendas supera o valor de desconto, nós dizemos que este produto ou serviço é elástico, ou seja, se um desconto de 10% aumentou as vendas em mais de 10%, o bem é elástico (responde bem aos movimentos dos preços).

Como exemplo de bem elástico, podemos citar os bens supérfluos, como vinhos e chocolates. Você provavelmente levaria mais chocolates e vinhos se os preços fossem suficientemente atrativos, certo?

Agora, se uma diminuição de preços não se traduz em aumento de vendas, diz-se que este bem é inelástico. Bons exemplos destes bens e serviços podem ser: verduras, legumes, hortaliças ou até mesmo corte de cabelo. Você não cortará o cabelo duas vezes porque o preço do corte caiu.

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Agora, você deve estar se perguntando: o que tudo isso tem a ver com o meu negócio? 

Bem, se você estiver em um ambiente onde os preços estejam subindo de forma generalizada, é prudente que você inicie os seus reajustes pelos produtos cuja demanda não diminuirá de forma importante caso haja aumentos de preços. 

Comece por “aceitar” reajustes junto aos fornecedores de produtos de primeira necessidade e a “negociar” os reajustes de bens com demanda elástica em relação aos preços. Desse modo, acompanhar os índices de preços ajudarão a antecipar ou postergar estes ajustes e garantir que o impacto sobre o seu negócio seja o menor possível.

E, claro, não olhe somente para os índices de preços ao consumidor. Acompanhe também os indicadores da base da cadeia produtiva, como o IPP e o IGP-M. Essas dicas te ajudarão a evitar que suas margens de lucro caiam por conta de variações inesperadas de preços e manterão o nível de demanda da sua empresa.

Preciso de capital para investir no meu negócio: e agora?

Se a inflação no Brasil acabou dificultando os investimentos no seu negócio, saiba que essa pode ser uma boa hora para recorrer ao crédito PJ

“O crédito empresarial pode ser uma boa alternativa para conseguir capital de giro caso você planeje expandir o portfólio de produtos ou serviços da sua empresa, comprar estoque ou investir em reformas e compra de equipamentos. Contudo, é fundamental que o pedido de empréstimo seja planejado. Algumas empresas gastam mais do que faturam e usam o crédito para postergar uma situação e não para fazer o negócio crescer. A ideia do crédito é que ele ajude a empresa a lucrar mais, não a se endividar”, explica Cristiano Rocha, diretor de crédito e cofundador da BizCapital

E graças aos avanços da tecnologia nos últimos anos e, principalmente, com a chegada das fintechs no país, agora é possível solicitar empréstimo PJ sem sair de casa, pelo próprio celular ou computador. A confiabilidade das fintechs é garantida pelo Banco Central, uma das instituições que regula o mercado financeiro e monitora as atividades dessas empresas. Ou seja, as companhias precisam seguir regras rígidas para oferecer seus produtos à população. 

Na BizCapital, por exemplo, você pode pedir o BizCred, crédito PJ, de até R$400mil e com parcelamento em até 24 vezes. Para saber mais sobre o BizCred, é só clicar aqui ou no botão abaixo.

“Um empréstimo PJ, quando bem organizado financeiramente, não só impulsiona o crescimento, como também alivia o caixa atual da empresa. Dessa forma, você não mexe no dinheiro que tem e aproveita o crédito para investir no que precisa para avançar com seu negócio”, finaliza Rocha.

E aí, aprendeu as causas da inflação no Brasil e como driblar seus efeitos? Então, compartilhe essa informação com a sua rede de contatos e bons negócios para você 🙂

André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais, coordenador do grupo de pesquisa DEPEC da UNIP, e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico”.

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