Você já se perguntou por quanto tempo seu capital de giro será capaz de sustentar as operações do seu negócio? Se sim, isso pode significar que o ciclo operacional e financeiro não estão claros na sua empresa. E isso é mais comum do que você pensa. Muitas empresas ainda têm dificuldade em avaliar suas situações econômicas.
Para gerenciar o seu capital de giro e fluxo de caixa de modo eficiente, é importante compreender a diferença entre esses dois indicadores financeiros e saber calculá-los corretamente.
Quer saber por onde começar? Então, acompanhe com a gente!
Ciclo operacional e financeiro
Quando se trata de gestão financeira, além dos conceitos de fluxo de capital, capital de giro, dentre outros, há mais dois conceitos que todo empreendedor precisa entender para garantir que as finanças do negócio sejam bem-sucedidas: o ciclo operacional e o ciclo financeiro.
A avaliação da saúde financeira da empresa é feita a partir da análise dos ciclos que andam junto com o dinheiro ao longo do processo produtivo. Assim, munidos dessas ferramentas, você vai conhecer melhor a eficiência dos processos e investimentos do negócio, compreender a sua liquidez, rentabilidade e mais.
Leia mais: como fazer uma boa gestão financeira do seu negócio
O que é ciclo operacional?
O ciclo operacional se refere ao tempo médio entre a aquisição de um produto até a venda ao cliente. Basicamente, esse é o tempo em que não acontecem entradas e a empresa custeia a produção.
Isso inclui todos os processos operacionais, desde a compra, estocagem e transformação da matéria-prima (caso se aplique ao seu contexto), como também o pagamento ao fornecedor, venda e recebimento dos valores.
O que é ciclo financeiro?
Também conhecido como ciclo de caixa, o ciclo financeiro envolve toda a movimentação de capital da sua empresa, ou seja, o caminho que o dinheiro percorre até chegar ao seu destino final. Por esta razão, é comum que chamem o ciclo financeiro de “caminho do dinheiro”.
Esse ciclo permite que você projete o tempo que a sua empresa vai precisar de capital para manter as atividades. Vamos olhar mais atentamente cada um desses fluxos.
Como calcular o ciclo operacional
Para calcular o ciclo operacional, o ponto de partida é o ciclo econômico. A ideia do ciclo econômico é bem simples: trata-se do prazo médio de estocagem dos produtos.
Sabendo disso, podemos calcular o ciclo operacional com a seguinte fórmula: ciclo operacional = ciclo econômico + prazo médio de recebimento das vendas.
O prazo médio de estocagem (PME) dos produtos, base do ciclo econômico, diz respeito ao tempo médio de armazenamento de produtos ou matérias-primas no estoque.
O prazo médio de recebimento das vendas (PMR), por outro lado, representa o tempo médio entre as vendas e o recebimento de seus respectivos valores no caixa da empresa.
Imagine uma loja de calçados, por exemplo. Vamos supor que o PME – tempo médio que os produtos ficam “parados” no estoque dessa loja – seja de 15 dias, enquanto o PMR – tempo entre a venda e o recebimento do dinheiro – seja de 5 dias.
A partir desses números, para essa loja de calçados, o ciclo operacional será de 20 dias (15+5). Isso significa que a empresa não recebe nenhuma entrada de dinheiro em caixa durante 20 dias.
Como calcular o ciclo financeiro
O ciclo financeiro, por sua vez, segue uma fórmula que depende especialmente do ciclo operacional. A fórmula é a seguinte: ciclo financeiro = ciclo operacional – prazo médio de pagamentos aos fornecedores.
Para calcular esse ciclo, é preciso saber o prazo médio de pagamento (PMP), que é o tempo médio que a empresa leva para pagar aos fornecedores.
Vamos continuar com o exemplo da loja de calçados. Já sabemos que o ciclo operacional dessa loja é de 20 dias. Vamos supor, então, que o prazo médio de pagamento aos fornecedores é de 5 dias.
Nesse caso, o ciclo financeiro da loja é de 15 dias. Isso significa que a cada 15 dias, a empresa precisará ter dinheiro em caixa para pagar os seus fornecedores.
Leia também: como fazer um planejamento orçamentário e financeiro
Como usar essas informações no seu negócio
Nem sempre o dia a dia do empreendedor acontece de maneira tranquila e harmoniosa. Na realidade, o cotidiano de uma empresa é muito mais caótico: tudo acontece ao mesmo tempo. E isso também se reflete nas finanças.
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Os ciclos, tanto o econômico (que é o prazo médio de estocagem), quanto os ciclos operacional e financeiro, impactam diretamente o seu fluxo de caixa. Portanto, cruzar essas informações te dará uma dimensão mais clara de quanto tempo você poderá ter algum problema de caixa.
O que está em jogo, principalmente em momentos que as vendas estão mais fracas ou em empresas que têm um prazo de recebimento das vendas mais longo, é a capacidade do seu negócio custear as operações e manter as portas abertas. Por esta razão, é importante planejar um volume de capital de giro que seja suficiente para sustentar seu negócio, não só durante esse período, mas também meses à frente.
No exemplo que demos, a loja de calçados tem um ciclo operacional de 20 dias, mas um ciclo financeiro de 15 dias. Isso significa que cinco dias antes de vender e receber por todo o seu estoque, a empresa precisará ter dinheiro em caixa para pagar seus fornecedores.
Pode parecer pouco tempo, mas caso se trate de uma loja grande, bastante movimentada e com um giro de capital muito elevado, cinco dias podem representar uma perda com multa e juros bastante expressivos. Neste caso, o caminho poderia ser negociar prazos melhores com os fornecedores ou, ainda, antecipar recebíveis para evitar esse “furo” no caixa e garantir a saúde financeira da sua empresa.
Por outro lado, também é possível explorar descontos, promoções e campanhas que ajudem a acelerar as vendas e, consequentemente, o recebimento. Esse é mais um caminho que pode ser adotado por sua empresa.
Mas é importante se lembrar sempre que cada direção tomada possui seus custos. Ao atrasar o pagamento ao fornecedor, você está incorrendo em multa e juros. Ao antecipar recebíveis, você também tem que pagar juros e, portanto, abdicar de uma parcela da sua receita. De maneira semelhante, descontos ou promoções também reduzem sua receita.
O melhor caminho sempre dependerá da necessidade de capital, dos juros, das taxas e do tempo entre cada recebimento das vendas e pagamento dos fornecedores.
Empréstimo PJ para capital de giro
O empréstimo para empresas pode ser um caminho a seguir quando o seu negócio precisa de capital de giro ou caso você queira investir no aumento das vendas, na compra de estoque e maquinário ou até em reformas.
Cristiano Rocha, diretor de crédito e cofundador da BizCapital, fintech de soluções financeiras para micro e pequenas empresas, explica que é fundamental que o empreendedor planeje e entenda a fase atual do seu negócio para garantir o crescimento saudável a médio e longo prazo com o crédito PJ.
“Para que o empréstimo empresarial seja vantajoso, é necessário bastante planejamento. Você já sabe quanto dinheiro é realmente necessário para a sua empresa e para qual finalidade ele será usado? É essencial que o empreendedor saiba responder a essas duas perguntas. Trabalhar com base em planejamento faz toda a diferença, pois um empréstimo sem organização financeira pode comprometer a saúde fiscal do negócio”, ressalta Rocha.
E é fundamental que você solicite o seu empréstimo PJ no momento certo e no lugar certo. Nesse sentido, as fintechs mudaram totalmente o paradigma dos empréstimos e, hoje, já é possível ter acesso ao crédito em apenas algumas horas. Nesses casos, o procedimento é feito online e todas as taxas são dispostas em uma simulação de crédito, para que a empresa possa se programar tranquilamente. Apenas certifique-se de que está fazendo negócio com uma fintech de confiança.
“O empréstimo PJ, quando bem organizado financeiramente, não só impulsiona o crescimento, como também alivia o caixa atual da empresa. Dessa forma, você não mexe no dinheiro que tem e aproveita o crédito para investir no que precisa para avançar com seu negócio”, finaliza Rocha.
Na BizCapital, por exemplo, você pode pedir o BizCred, crédito PJ, de até meio milhão de reais e com pagamento em até 36 meses. Para saber mais sobre o BizCred, clique aqui ou no botão abaixo.
E aí, aprendeu como calcular o ciclo operacional e financeiro da sua empresa? Então, compartilhe essa informação com a sua rede de contatos e bons negócios para você 🙂
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais, coordenador do Grupo de Pesquisa DEPEC da UNIP e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico”.
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