Com a popularização do Pix, cada vez mais pessoas têm sido vítimas de golpes que envolvem este sistema de pagamento, como o novo esquema de golpe do Pix agendado, resultando no vazamento e roubo de dados sigilosos – e muita dor de cabeça para as vítimas.
Mas é possível tomar alguns cuidados para não cair no golpe do Pix. Veja a seguir como funciona e quais são os principais golpes do Pix e saiba como evitá-los!
Golpe do Pix
A relevância que o Pix obteve, seja pela sua praticidade ou velocidade, o colocou em evidência para os golpistas.
Os problemas envolvendo vazamento de dados, por exemplo, têm aumentado sistematicamente e o número de pessoas mal-intencionadas em busca de dinheiro fácil também cresceu.
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Muitas delas fazem uso de estratégias simples, como simular a conta de uma pessoa conhecida. Essas estratégias são conhecidas como engenharia social.
O princípio básico da engenharia social é induzir os usuários a enviar dados pessoais, como senhas, códigos de confirmação, dentre outros, de modo a infectar computadores, invadir celulares ou, no caso do Pix, conseguir dinheiro das vítimas.
Golpe do Pix: como funciona?
Nesse universo da engenharia social, muitas estratégias são utilizadas para enganar os usuários a cair no golpe do Pix.
Veja a seguir quais os principais esquemas aplicados.
Ataque de phishing
Essa é a estratégia mais antiga e adotada na internet: pessoas criam sites ou páginas similares às originais para roubar dados sigilosos e fazer uso das contas pessoais das vítimas.
Desde que o internet banking se popularizou, no começo dos anos 2000, esse tem sido um golpe do Pix bastante aplicado.
Golpe do Pix agendado
O golpe do Pix agendado funciona assim: a pessoa recebe uma notificação de transação de um desconhecido. Logo em seguida, ela recebe uma mensagem dessa mesma pessoa pedindo o dinheiro de volta o mais rápido possível – o objetivo é convencer a vítima a transferir na hora.
Como a primeira reação de muita gente é ajudar, a vítima pode acabar fazendo a transação “de volta”. E é aí que está o problema.
Com o Pix agendado, a transferência só acontece no dia em que o pagador agendou – e, enquanto ela não é efetivada, pode ser cancelada a qualquer momento.
Ou seja: o golpista agenda um Pix, mas o dinheiro não cai na conta, já que a transferência foi agendada para outro dia. Caso a vítima “devolva” o valor, o golpista cancela a transação e fica com o dinheiro.
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Golpe do falso pagamento
Recentemente, um empreendedor, dono de uma pizzaria, foi vítima do golpe do falso comprovante de pagamento via Pix. O criminoso, que tentava comprar uma pizza na loja por meio de um aplicativo, simulou o pagamento pelo Pix de R$55,00, mas, na realidade, havia transferido apenas R$0,01.
Nesse caso, o comprovante de pagamento foi adulterado para parecer que a compra havia sido paga corretamente. Por sorte, neste caso, o empreendedor percebeu a fraude e ainda enviou uma “pizza falsa” para o fraudador.
“Falha” no Pix
Essa é uma típica estratégia de engenharia social. Os fraudadores escolhem suas vítimas de maneira aleatória e, por meio de chamadas nas redes sociais ou convites diretos para as pessoas, informam que uma suposta falha no Pix torna possível ganhar um dinheiro extra.
Assim, para aproveitar essa “oportunidade”, o usuário deve fazer uma transferência via Pix para uma chave específica. Geralmente, a promessa é que o valor transferido será devolvido em dobro (mas podem ser aplicados outros golpes semelhantes).
WhatsApp clonado
Este golpe já é um pouco mais elaborado. O fraudador dá um jeito de “clonar” o WhatsApp da vítima, seja via hackeamento ou engenharia social, e aproveita para entrar em contato com as pessoas da sua lista de contatos para pedir Pix.
Por isso, quem mais sofre com esse tipo de golpe do Pix são familiares ou amigos próximos da vítima.
Perfil falso no WhatsApp
De modo similar ao golpe do Pix anterior, a ideia aqui é simular um perfil verdadeiro de alguma pessoa, utilizando uma foto real e abordagens similares às que a pessoa que foi “replicada” usa.
Dessa maneira, fique atento a qualquer sinal que pareça estranho, como palavras pouco comuns ou número de telefone diferente do número do seu conhecido.
Falsas centrais de atendimento e falsos funcionários
Com a popularização dos chatbots e da comunicação via redes sociais, os golpistas também têm aproveitado para simular centrais de atendimento.
Geralmente, as comunicações são via WhatsApp e os golpistas pedem dados pessoais ou outras informações para, deste modo, fazer transferências ou receber valores.
Fique atento aos canais oficiais das empresas para evitar cair nesse golpe do Pix.
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Golpe do Pix: o que fazer para se proteger
Percebeu que a maior parte dos golpes do Pix mostrados aqui envolvem tecnologias muito elaboradas ou avançadas?
Pois é. Os criminosos geralmente se aproveitam de falhas humanas e da falta de atenção da maior parte dos usuários para, assim, conseguir dinheiro fácil ou dados sigilosos.
Nesses casos, é fundamental que você esteja atento aos canais de comunicação oficiais da sua instituição financeira ou das empresas que prestam serviços para você.
Caso alguém entre em contato dizendo que é de uma determinada empresa e precisa confirmar os dados, desligue imediatamente a ligação e retorne o contato por um canal informado no site oficial da sua instituição financeira.
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Mas no caso de um golpe do Pix mais elaborado, envolvendo o roubo de acesso ou a clonagem de seus perfis, bloqueie imediatamente os seus acessos e faça o quanto antes um boletim de ocorrência para evitar problemas maiores.
Informe a todas as empresas que você seja cliente de que seus dados foram clonados ou roubados. De maneira preventiva, busque sempre manter suas informações atualizadas, substitua periodicamente as suas senhas e evite maiores perdas, colocando limites diários para suas transações via Pix.
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André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais, coordenador do Grupo de Pesquisa DEPEC da UNIP e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico”.
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*Texto originalmente publicado em 29 de março de 2022.