Para que sua empresa tenha sucesso na jornada, é indispensável se atentar às boas práticas de como fazer uma boa gestão financeira. Mais do que isso, você deve estar atento aos movimentos econômicos que podem afetar o desempenho do seu negócio.
Chegou a hora de ir além. Que tal avançar alguns passos em direção ao sucesso da sua empresa? Entenda a importância do fluxo de caixa, do capital de giro, do cálculo das margens de lucro e confira algumas dicas de como manter esse acompanhamento.
Quer saber por onde começar? Então, vem com a gente!
O que significa fazer uma boa gestão financeira?
São diversos os elementos presentes dentro do que chamamos de gestão financeira. Dois deles são mais importantes para que você possa estar preparado para fazer uma gestão estratégica de custos e levar o seu negócio adiante. Vamos começar pelo fluxo de caixa.
O que é fluxo de caixa
O fluxo de caixa é o registro de todas as movimentações de recursos dentro do negócio. Em outras palavras, trata-se do registro de todas as receitas e despesas que a empresa teve e, para além do registro, das estimativas e projeções de entrada e saída destes recursos.
A estimativa tem a finalidade de permitir que você se antecipe a eventuais complicações que diminuam o volume de recursos à disposição da empresa.Ela deve levar em consideração o aumento ou diminuição dos preços em nosso mercado. Segundo dados oficiais divulgados pelo IBGE, a inflação brasileira acumulou alta de 6,1% nos últimos 12 meses encerrados em março.
Negligenciar a inflação pode significar um grave problema, especialmente na hora de precificar seus produtos e serviços ou renegociar contratos que possam gerar custos para o seu negócio.
O controle do fluxo de caixa mensal permite ao empresário saber qual o montante de recursos estará disponível para que a empresa arque com os custos da operação, o chamado capital de giro – o segundo ponto chave. Mas você sabe o que é capital de giro?
Capital de giro para empresas
O capital de giro serve para que a empresa continue operando, ou seja, é o volume de recursos que permite ao empresário, entre outras coisas, quitar despesas do dia a dia, pagar seus funcionários e financiar os clientes que podem optar pelo pagamento a prazo, por exemplo.
Você não pode deixar de executar uma venda porque não tem estoque suficiente ou porque não tem recursos para oferecer a quantidade de produtos ou serviços que o seu cliente está demandando. Por esta razão, ter em caixa o mínimo necessário para manter o negócio rodando (capital de giro) é fundamental.
Nesse contexto, o empréstimo empresarial pode ser uma boa alternativa para conseguir capital de giro caso você planeje expandir o portfólio de produtos ou serviços da sua empresa, comprar estoque ou investir em reformas e compra de equipamentos.
“Apesar de existirem algumas razões específicas que levam a solicitação de empréstimo, no fim das contas, o que vale mesmo é o bom senso e planejamento do empreendedor, que deve mapear todas as necessidades do negócio para garantir um crescimento saudável a médio e longo prazo. Afinal, a ideia é que o crédito PJ ajude a empresa a lucrar, não a se endividar ainda mais”, explica Cristiano Rocha, diretor de crédito e cofundador da BizCapital.
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Os riscos de não fazer a gestão estratégica de custos
São muitos os pontos de atenção que um empresário ou empresária deve ter para saber como fazer uma boa gestão financeira do seu negócio. Entre os mais variados indicadores, o chamado cálculo da margem de lucro é um ponto fundamental.
De acordo com estudo do SEBRAE sobre as causas dos fechamentos das pequenas e médias empresas, 19% alegaram fechar as portas por falta de capital ou lucro. E dentre as entrevistadas, mais da metade não planejou itens básicos, como estratégia para evitar desperdício de recursos, tampouco tinham ideia do lucro ideal que deveria ser perseguido.
Se você tem um CNPJ que compra mercadorias da indústria ou de distribuidoras para então revendê-las ao consumidor final, é muito importante saber, de fato, quanto você está ganhando na operação. Lucro é a diferença entre a receita obtida pela venda de um produto ou serviço subtraídos os custos e despesas ligadas a este bem. A margem de lucro, portanto, é o percentual que o empresário pretende obter na operação.
É muito comum o equívoco do cálculo por adição de percentual. O empresário adquire determinado bem por, digamos, R$ 20,00, e pretende ganhar uma margem de lucro de 30%. O equívoco está em fazer a seguinte operação: 20,00 + 30% = 26,00. Pois bem, ao fazer o cálculo desta forma, veja o que acontece se você for retirar do seu caixa o “lucro” que você teve com essa operação: 26,00 – 30% = 18,20. O montante que sobrou em caixa não repõe o custo do produto vendido.
Para não cometer esse equívoco, você deve, primeiramente, estabelecer uma margem de lucro saudável para a sua empresa e, a partir dela, criar um divisor para que todos os bens ou serviços carreguem no seu preço de venda a margem de lucro requerida.
Veja como ficaria o cálculo da margem feita por um divisor: 20,00 ➗ 0,70 = 28,57. Dessa forma, do total de dinheiro que você tiver em caixa, 30% será lucro. Se você pretende ter uma margem de 50% o seu divisor será de 0,50 e se você quiser, por exemplo, uma margem de 60% o seu divisor será de 0,40.
Não se esqueça: quando você estiver calculando a margem de lucro, você não estará fazendo um exercício de adicionar percentuais aos custos dos bens ou serviços, você estará preocupado em chegar ao montante cuja receita total lhe entregue a margem pretendida.
Princípios da boa gestão financeira
Apesar de parecer óbvio, algumas questões sobre o que é gestão financeira podem passar despercebidas por boa parte dos empreendedores.
A questão da margem é uma delas. Esteja atento a cada detalhe da sua gestão financeira. Erros simples podem simplesmente comprometer a sua capacidade de repor seus estoques, remunerar seus funcionários e realizar investimentos para a expansão do seu negócio.
De modo geral, é indispensável que você não misture os recursos pessoais com os recursos da sua empresa. Nem por um instante. Afinal de contas, há uma linha muito tênue entre a necessidade ocasionada por um evento inesperado e o hábito de criar uma espécie de contabilidade paralela a fim de registrar movimentações que envolvam a pessoa física e a pessoa jurídica.
Não perca de vista os seus objetivos e suas metas, dessa forma ficará mais fácil seguir comprometido com tudo o que você aprendeu até aqui. As ferramentas de gestão só funcionarão se você entender a importância de cada uma delas e seguir à risca o que determinou para você e sua empresa.
Faça o que estiver ao seu alcance para simplificar a gestão financeira da sua empresa, assim você terá mais tempo para aprender novos conceitos que o ajudarão a chegar mais longe.
Dicas de como fazer uma boa gestão financeira
Você está dando os primeiros passos na gestão financeira, mas não se esqueça que além dos cuidados que você deve ter com o seu fluxo de caixa, com o capital de giro e com margens saudáveis de lucro, por exemplo, você deve ir além disso.
Por isso, separamos algumas dicas práticas para você saber como fazer uma boa gestão financeira da sua empresa:
Mantenha um controle detalhado das entradas
Mesmo que inicialmente seja no excel ou em alguma outra planilha, esse controles servirá de base para toda a gestão financeira, tanto de fluxo de caixa, quanto de orçamento e planejamentos para prazos mais longos. O importante é ter um histórico fiel que auxilie na tomada de decisão.
Acompanhe as saídas do negócio
De modo similar às entradas, saber onde o dinheiro está sendo gasto é fundamental tanto para o fluxo de caixa quanto para capital de giro, pois isso possibilitará a mensuração correta das margens de lucro. Além disso, ao evoluir os controles das saídas, começamos a ter uma visão de onde podemos cortar ou investir ainda mais.
Algumas soluções, como a conta PJ digital, podem te ajudar a organizar as finanças da sua empresa de maneira fácil e sem burocracias, sendo possível controlar as entradas e saídas de dinheiro diretamente pelo celular. Algumas opções no mercado disponibilizam os serviços com isenção de taxas, como o envio e recebimento de TED e Pix.
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Cuidado com as armadilhas
Por vezes uma tarifa bancária, uma conta atrasada ou juros de alguma modalidade de crédito pode parecer inofensivo, mas no longo prazo, esses valores acumulados podem fazer toda a diferença. Portanto, ao manter o controle e acompanhar entradas e saídas, atente-se aos pequenos gastos recorrentes, afinal, “um pequeno vazamento pode afundar um navio gigantesco”;
Esteja atento ao que acontece no seu segmento e na economia
Procure conhecer melhor os indicadores econômicos e a forma como eles podem impactar a sua vida e o seu negócio. Da inflação ao dólar, essas variáveis podem influenciar seus custos ou até mesmo a sua receita. Desse modo, observar esses movimentos externos podem auxiliar para um valioso ajuste de rota para a sua empresa.
Aprendeu como fazer uma boa gestão financeira do seu negócio? Então, compartilhe essa informação com sua rede de contatos e bons negócios para você 🙂
Esse texto foi escrito por André Galhardo, Mestre em Economia Política pela PUC-SP, economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais e coordenador do Grupo de Pesquisa DEPEC da UNIP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público.