24 jan 2023

Perspectivas do mercado de crédito no Brasil para 2023

Pensando em pedir empréstimo PJ? Entenda o momento do mercado.
leitura de 9 min
Perspectivas do mercado de crédito no Brasil para 2023

Além das estratégias do novo governo e as questões relacionadas à taxa de juros e à inflação, a notícia do rombo da Americanas sacudiu ainda mais a economia brasileira.

Todas essas notícias do mercado financeiro e as perspectivas da economia interferem diretamente no mercado de crédito de um país. Para que você esteja sempre à frente e permita que seu negócio contrate crédito saudável e no momento correto, é importante estar ligado.

Quer saber como se preparar? Então, vem com a gente!

Expectativas para a atividade econômica sobre o mercado de crédito

Um dos elementos de grande impacto sobre o mercado de crédito no Brasil é a atividade econômica do Brasil hoje. Por atividade econômica, queremos dizer o conjunto de atividades produtivas do país, como a produção do campo, da indústria, as vendas no varejo, as prestações de serviços, sejam de empresas privadas ou públicas. E, claro, a mão de obra empregada em tudo isso.

Quando a atividade econômica está aquecida, as empresas produzem mais, as receitas aumentam, os lucros tendem a aumentar. Ou seja, todo esse movimento tende a gerar mais emprego e, consequentemente, maior renda e poder de compra. Com uma atividade econômica menos aquecida, acontece o inverso: tendência de queda da produção e das receitas, margens de lucro espremidas, aumento do desemprego e, por consequência, redução de renda.

Entendendo os cenários

Para 2023, as expectativas são de um crescimento econômico mais lento em comparação com o ano de 2022. E ainda há no radar a possibilidade de uma recessão, ou seja, da queda da atividade econômica. Esse cenário coloca duas possibilidades para o mercado de crédito: 

  1. as empresas vão buscar mais crédito, pois precisam de dinheiro para fazer frente a queda da atividade;
  2. as empresas vão buscar menos crédito, pois estão cortando gastos para lidar com a queda da atividade.

Leia mais: como evitar a inadimplência financeira.

Nesse contexto, frente às perspectivas para a atividade econômica, é fundamental que você avalie muito bem a situação do seu CNPJ e pondere: em qual possibilidade você se enquadra? Mais ainda, como isso deve impactar o futuro do seu negócio? Não podemos esquecer que toda crise traz consigo várias oportunidades. Veja, por exemplo, a quantidade de negócios digitais que cresceram durante a pandemia. Assim, sabendo que há uma recessão à frente, pense: existe uma oportunidade de seu negócio crescer nesse cenário? Essa pode ser uma boa chance de utilizar uma linha de crédito a seu favor.

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Como a taxa de juros e a inflação influenciam o mercado de crédito

Você certamente já ouviu falar sobre o que é a inflação na economia. Esse termo significa a alta generalizada de preços de uma economia. Quando tudo está ficando mais caro, dizemos que há inflação. Um erro muito comum é falar que há inflação de determinado item, como “inflação do tomate” ou “inflação da gasolina”. 

Esse erro acontece, pois as pessoas frequentemente associam inflação à preço mais alto de qualquer produto ou serviço, quando o certo é dizer que há inflação somente no contexto de alta de muitos ou todos os preços em uma economia. E foi justamente esse o cenário com o qual nos deparamos ao longo de 2022. 

Contexto global

Principalmente por conta da Guerra na Ucrânia, houve a interrupção do fornecimento de gás natural para a Europa. Isso encareceu muito os preços de energia e combustíveis. A consequência disso foi uma alta generalizada de diversos preços de mercadorias e de alguns serviços, afinal, quase tudo depende de energia e combustível. 

A resposta dada pelos países foi aumentar os juros. O Brasil já estava nesse movimento desde 2021. Mas logo o Federal Reserve (banco central dos EUA) começou a subir os juros, seguido pelo Banco Central Europeu e muitos outros. Juros mais altos tendem a encarecer o crédito. 

Em 2023, há muitas dúvidas sobre o comportamento dos juros, mas tudo indica que eles devem permanecer altos no Brasil pelo menos até metade do ano. No exterior, eles devem subir ainda mais e começar a reduzir somente a partir de 2024. Esse é o segundo elemento que deve ser monitorado de perto na hora de buscar crédito. 

Leia mais: 5 indicadores financeiros da sua empresa para ficar de olho.

Apesar dos desafios relacionados aos juros altos ao longo deste ano, é possível encontrar boas oportunidades. Algumas empresas do setor financeiro, principalmente fintechs, conseguem operar com margens operacionais mais baixas e, assim, podem oferecer produtos de crédito com taxas mais atrativas. Na BizCapital, você tem conta PJ gratuita, com Pix grátis e muitas outras vantagens.

A aversão ao risco de crédito

Em meio a tudo isso, um termo técnico ganha importância: spread bancário. Esse termo designa a diferença entre as taxas cobradas pelos bancos e as taxas que eles pagam na captação de recursos. Vamos a um exemplo para ilustrar melhor.

Se um banco capta dinheiro no mercado oferecendo Certificados de Depósito Bancário (CDB) a uma taxa de 10% ao ano e, por outro lado, ele cobra dos seus clientes uma taxa média de 25% ao ano pelos seus empréstimos, dizemos que o spread do banco foi de 15%.

Então, em um cenário de atividade econômica em tendência de desaceleração e os juros ainda elevados – e com tendência de alta – os spreads dos bancos devem permanecer pressionados. A lógica é que juros altos pressionam o custo de captação de dinheiro pelos bancos. Mas eles não podem repassar tudo para o custo dos empréstimos, caso contrário, os empréstimos começarão a cair. 

Leia mais: como consultar seu score CNPJ.

Toda essa incerteza que emerge traz alguma aversão ao risco de crédito no curto prazo. Os bancos seguram um pouco os empréstimos até terem maior clareza do que acontecerá no futuro. Por outro lado, as empresas também seguram um pouco as solicitações de crédito, por receio de não conseguir pagar. 

Portanto, antes de pensar em pegar crédito, avalie os riscos em torno da contratação de uma nova linha. Se o retorno exceder os riscos, há grandes chances de que o resultado da contratação de uma linha de crédito seja boa para o seu negócio

Os impasses na hora de pedir crédito

Esse cenário repleto de incertezas pode impactar diretamente o acesso das empresas ao crédito. Em caso de uma recessão, uma extensão ou piora da inflação nos níveis atuais vai impactar diretamente nas considerações dos bancos no momento de liberar linhas de crédito, além de potencialmente aumentar os spreads bancários e encarecer o crédito.

Isso tende a afetar a situação das empresas. Os endividamentos já existentes e a margem para a tomada de novas dívidas diminui. Os bens colocados em garantia para operações também ficam comprometidos. Mas as empresas também precisam levar em consideração as condições do setor de atuação.

Como o segmento de atuação pode afetar o mercado de crédito

Existem mercados que respondem de maneira muito diferente em cenários de recessão ou crise. Por exemplo, durante a pandemia, o trabalho remoto cresceu bastante e o serviço de delivery acompanhou esse movimento. Quem não estivesse atento, nem imaginaria que havia uma pandemia, tamanho foi o crescimento do setor. 

Por outro lado, cabeleireiros, bazares e outros negócios com atendimento presencial sentiram mais os efeitos negativos da pandemia. É por isso que, além de observar a tendência da atividade econômica, da taxa de juros e da inflação, além de ponderar os riscos de crédito, é fundamental que você considere o comportamento do seu mercado.

Agora que você conhece alguns dos elementos que podem impactar o mercado de crédito, leve isso em consideração na hora de contratar algum produto de crédito e escolha o melhor para seu negócio!

André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica, professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais, coordenador do Grupo de Pesquisa DEPEC da UNIP e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico”.

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