O endividamento no país bateu recorde em março de 2022: mais de 77% das famílias brasileiras possuem alguma dívida pendente, seja por conta de imprevistos ou falta de planejamento financeiro, todos podem entrar nessas estatísticas em algum momento, inclusive as empresas.
Para evitar que você tenha uma dívida negativada e se organizar para sair de uma, trouxemos dicas valiosas!
Quer saber mais? Então, vem com a gente!
Recorde de endividamento no país
Dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram um endividamento recorde das famílias no mês de março de 2022.
Segundo a instituição, cerca de 77,5% das famílias brasileiras estavam endividadas ao final do primeiro trimestre deste ano. Esse é o resultado mais alto em toda a série histórica, que começou em 2010.
Em março do ano passado, apesar de todos os efeitos econômicos produzidos pela pandemia, o percentual de endividamento era cerca de 10% menor, 67,3%.Outro número que chama a atenção é o percentual de famílias que alegaram ter contas em atraso. Por volta de 4,5 milhões de respondentes disseram que suas famílias têm algum tipo de conta em atraso.
Isso representa 27,8% do total e é o segundo maior valor em toda a série histórica, ficando atrás apenas da primeira leitura, feita em janeiro de 2010.
Os motivos do excesso de endividamento das famílias vêm do aperto dos salários, do elevado nível de inflação e do enfraquecimento do mercado de trabalho. São problemas que já estavam presentes antes da chegada da Covid-19, mas também foram negativamente influenciados pela conjuntura econômica recente.
No que se refere às empresas, os dados consolidados de endividamento são escassos. Mas, a partir das informações disponíveis, é possível notar que as empresas também não estão em uma situação confortável.
Um estudo feito pelo Estadão, em parceria com a empresa de dados de mercado Economática, mostrou que a dívida das companhias de capital aberto (com ações listadas na bolsa de valores), mais que dobrou em dez anos.
De dezembro de 2011 a março de 2021, a dívida acumulada dessas empresas passou de R$486 bilhões para R$1,213 trilhão. É um aumento de 149,6%. Até dezembro de 2021, a dívida acumulada dessas empresas ainda era de R$1,26 trilhão.
A queda no salário das famílias em função da pandemia e a alta nos preços de matérias-primas e outros insumos importantes também colocou as empresas em uma situação complicada. O endividamento se tornou uma pedra no sapato.
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O que é negativado
Para ser negativado, basta não quitar as obrigações financeiras em dia. Normalmente, empresas colocam nos boletos ou em outras ordens de cobrança as instruções para pagamentos do título e as consequências caso a quitação não seja realizada.
Sendo assim, alguns credores estipulam prazos de 30 ou 60 dias após o vencimento para que as dívidas em atraso sejam subscritas junto aos órgãos de proteção ao crédito.
Segundo a Serasa Experian, mais de 62 milhões de brasileiros tinham o nome negativado no país ao final de 2021. Esse número é significativo, afinal de contas, com o nome sujo, o indivíduo não tem acesso a diversas modalidades de crédito.
Além da Serasa Experian, outras instituições mantêm bancos de dados com informações de proteção ao crédito no país, como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Além deles, existe o Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF), do Banco Central, que mostra os dados sobre pessoas físicas e jurídicas que emitiram cheque sem saldo correspondente para quitá-lo.
Não podemos esquecer que também temos que pagar em dia os tributos e taxas federais, estaduais e municipais. Isso porque o atraso no pagamento de impostos também pode levar o nome do contribuinte para bancos de dados de proteção ao crédito.
No caso de inadimplência junto a órgãos de Estados, o nome do contribuinte pode ser incluído no CADIN, Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados. A inclusão do nome no CADIN também pode impedir o acesso a linhas de crédito e de contas bancárias, por exemplo.
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Como evitar o endividamento
Seja no caso de pessoas físicas ou jurídicas, as dívidas podem ser grandes pedras no sapato. Por isso, evitá-las é sempre o melhor caminho.
Por diversas razões, como crises, desastres naturais e problemas com carro ou imóvel, pode ser que você venha a se endividar. Esses elementos também impactam diretamente as empresas, que precisam ter o dobro da atenção, por conta de outros fatores de mercado, como competição, novas tecnologias, alta de preços de insumos importantes, altas de juros, dentre outros.
Mas, mesmo em situações imprevisíveis, é possível estar preparado. O segredo está em ter um bom controle financeiro.
Para suas contas pessoais, tenha uma planilha de controle financeiro onde você consiga registrar periodicamente seus ganhos e gastos. Tente sempre projetar, no mínimo, os próximos 6 meses (ou mais) para ter alguma previsibilidade.
Não se esqueça de prever em seu planejamento a construção de uma reserva financeira para combater ou minimizar imprevistos.
Para as empresas, a lógica é similar. Faça um controle minucioso do seu fluxo de caixa para saber quanto dinheiro está disponível e quando você terá que gastar.
Caso esteja com dificuldade para fazer esse acompanhamento, seja por falta de tempo ou por não ter um exemplo de orçamento empresarial, a gente ajuda você nessa!
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Fique atento ao orçamento empresarial, pois qualquer alteração nas receitas ou gastos previstos podem levar sua empresa para o caminho do endividamento. Não se esqueça dos controles contábeis, para não deixar de pagar seus impostos em dia.
O DRE (Demonstrativo de Resultados do Exercício), por exemplo, é uma importante ferramenta contábil para a administração de seu negócio. É através desse relatório que o empreendedor vai apurar se as operações da sua empresa dão lucro ou prejuízo.
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Vale lembrar que alguns sistemas de gerenciamento financeiro estão disponíveis no mercado e podem ajudar você no controle financeiro e contábil.
Caso esses sistemas sejam inviáveis no momento, uma planilha bem estruturada e com acompanhamento constante trará a você e ao seu negócio um bom nível de gerenciamento.
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Fiquei endividado, e agora?
Se estar com o nome negativado deixa as empresas sem acesso a crédito, financiamento e cartões, é preciso sair dessa condição de endividado, que é potencialmente perigosa.
Isso porque muitos negócios também usam modalidades de crédito para pagar despesas recorrentes, como alimentação e combustíveis, na hora do aperto.
Conheça as suas dívidas
A descoberta que o nome da sua empresa está inscrito nos serviços de proteção ao crédito normalmente ocorre no momento em que o empresário tenta fazer um empréstimo, um financiamento ou até mesmo uma compra utilizando o cartão corporativo.
A negativação do nome pode ter ocorrido por incapacidade de pagamento, desorganização ou até mesmo de fatores que fogem ao controle do empresário, como, por exemplo, a troca de titularidade de contas no momento da mudança de sede ou outra atualização cadastral.
Por isso, é importante saber o quê, quanto e para quem se deve.
Tenha clareza dos seus gastos
Esse exercício é importante por dois motivos básicos: o primeiro é para que você não se perca em meio às contas e caia em novas inadimplências. E, o segundo, é para que com a organização das entradas e saídas de recursos, exista a possibilidade de encaixar as contas em atraso no orçamento empresarial.
Por isso, ter uma conta PJ é fundamental, pois, assim, você consegue ter um maior controle financeiro de todos os gastos da sua empresa. A BizConta, conta PJ digital da BizCapital, oferece Pix e TED sem custos, além de diversas outras vantagens, como mensalidade grátis e acesso, sob análise de cada cliente, ao MaisBiz, crédito pré-aprovado para quitar boletos da sua empresa.
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Saiba quanto ganha e quanto sobra
Saber, de fato, quanto se ganha também é importante. Será que a receita líquida já não está sendo integralmente consumida por outros custos ou despesas do negócio? Será que há a ilusão de “sobra” por conta de impostos não pagos? Será que é mesmo a hora de entrar de cabeça em um novo financiamento para sua empresa?
Ter clareza sobre a renda do seu negócio vai ajudar a evitar novos endividamentos desnecessários. Lembre-se que contas de manutenção, como estoques, matérias-primas, energia elétrica, internet são necessárias.
Renegocie suas dívidas
Ter o CNPJ negativado não significa não ter poder de negociar dívidas.
Para os credores, é melhor receber alguma coisa em atraso do que não receber nada. É importante assumir os débitos e conversar com cada uma das empresas em que está inadimplente para tentar condições que permitam a quitação destes débitos.
Não podemos esquecer que a inflação é uma das mais elevadas dos últimos 20 anos e o rendimento médio do brasileiro é o menor em toda a série histórica. Tudo isso torna necessário negociar dívidas, de modo a permitir que a pessoa negativada tenha capacidade de honrar esses novos compromissos.
E aí, entendeu como evitar o endividamento? Então, salve esse post nos seus favoritos, compartilhe essa informação com a sua rede de contatos e bons negócios para você 😉
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais, coordenador do Grupo de Pesquisa DEPEC da UNIP e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico”.
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