O controle financeiro empresarial pode ser a grande diferença entre o sucesso e o fracasso de uma empresa. Literalmente. Somente um bom controle financeiro irá fornecer caminhos para melhorar as vendas da sua empresa, ajustar preços para patamares mais competitivos, acompanhar o capital de giro, reduzir gastos e melhorar o resultado do seu negócio.
Por isso, preparamos para vocês esse artigo com algumas dicas para melhorar o seu controle financeiro empresarial. Vamos nessa!
A importância do controle financeiro empresarial
O controle financeiro empresarial é um dos pontos mais relevantes do negócio. As estatísticas de mortalidade das empresas apuradas pelo Sebrae apontam que a maior causa de fechamento de empresas está relacionada a problemas de gestão das finanças empresariais.
Para se ter uma ideia, de acordo com os dados disponíveis no Mapa de Empresas do Ministério da Fazenda, de janeiro a novembro de 2022, mais de 1,5 milhão de empresas foram fechadas. Foram 100 mil a mais do que o total de empresas fechadas em 2021.
Mas, por que as empresas fecham? Há poucos estudos mais abrangentes e atualizados sobre o por quê empresas fecham, mas o Sebrae publicou um estudo em 2014 que nos ajuda a entender as causas da mortalidade das empresas. São muitos os fatores que levam uma empresa a encerrar suas atividades, mas, no geral, a causa do fechamento nos primeiros cinco anos de atividade está ligada à falta de planejamento financeiro eficiente.
O maior risco da falta de planejamento: a falência
O problema do planejamento é tão grande que já na largada, muitas empresas quebram. De acordo com o estudo Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo publicado pelo IBGE em 2018, cerca de 20% das empresas que abrem no Brasil já “morrem” logo no primeiro ano.
Apesar do cenário da economia no Brasil, ainda há muitas empresas que conseguem sobreviver e prosperar no longo prazo. Essas empresas fornecem lições valiosas para as demais e, dentre essas lições, estão um bom planejamento e uma boa gestão. Por esta razão, fazer um controle financeiro empresarial adequado pode ser o diferencial entre o sucesso e o fracasso da sua empresa.
O controle financeiro empresarial te ajuda a identificar se o negócio está ou não sendo rentável. Com um bom controle, você acompanha as receitas, custos, despesas, impostos e outros gastos que possam contribuir com o resultado da sua empresa e, consequentemente, conduzi-la ao sucesso.
Leia mais: saiba como fazer a demonstração de fluxo de caixa da sua empresa.
Dicas para melhorar seu controle financeiro empresarial
Planejamento e controle financeiro são temas muito importantes. Nós já abordamos esses temas em várias oportunidades, como aqui, onde disponibilizamos uma planilha de orçamento empresarial, e aqui, quando disponibilizamos a planilha de planejamento financeiro empresarial.
Leia mais: evitar a inadimplência é o caminho para a sua empresa crescer.
Veja algumas dicas abaixo para melhorar o seu controle financeiro e, com isso, ter um controle melhor do seu fluxo de caixa, evitar problemas de capital de giro, reduzir custos na empresa e melhorar os resultados do seu negócio.
Faça a precificação correta de seus produtos e serviços
O ponto de partida de qualquer controle financeiro é a receita e, consequentemente, os preços de venda dos seus produtos e serviços. É muito comum que se cometam erros na precificação, dentre os mais comuns estão:
1) Não considerar os custos adequadamente:
O preço do seu produto tem que cobrir no mínimo o custo dele, caso contrário, você terá um prejuízo muito grande.
2) Olhar somente para o preço praticado pela concorrência:
Não considere somente o preço praticado pela concorrência e, consequentemente, não busque cobrir o preço a todo custo. Isso pode contribuir negativamente para o resultado do seu negócio, além de não fidelizar os seus clientes.
3) Aumentar demais o seu preço:
O outro lado da moeda é aumentar demais os preços. Em economia, existe um conceito chamado “disposição a pagar”. Acima de tudo, antes de precificar um produto ou serviço, investigue qual a disposição que seu cliente tem a pagar para que você não coloque um preço muito alto.
Leia mais: como evitar que o seu cliente fique em dívida com a sua empresa.
4) Não pensar no valor agregado do produto ou serviço:
Por fim, tenha em mente qual a dor dos seus clientes e como seu produto ou serviço resolve essa dor. Lembre-se: a Coca-Cola não vende refrigerantes, ela vende felicidade engarrafada.
Sabendo desses erros, evite-os para colocar o preço mais adequado nos seus produtos ou serviços e, assim, conseguir atingir bons resultados financeiros.
Saiba exatamente de onde vem e para onde vai o seu dinheiro
Parte fundamental de um bom controle são os registros. Registrar o que entra e o que sai, as receitas e os gastos, é importante para que o seu controle seja efetivo. Portanto, registre tudo.
Mas não para por aí. Somente registrar que entrou R$100 (cem reais) e saiu R$50 (cinquenta reais) não é suficiente. É preciso saber quando entrou ou saiu, quem pagou ou recebeu e o que esse valor representa.
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Classificar as entradas e saídas adequadamente ajuda no controle e, inclusive, contribui para o planejamento futuro. Por exemplo: pode ser que o seu negócio tenha diversos gastos com marketing. Mas a que se referem esses gastos? Consultoria? Campanhas? Pesquisas de mercado?
Identifique e categorize suas receitas e suas despesas para que seu controle seja minucioso e, com isso, você evita surpresas desagradáveis como despesas que não haviam sido previstas.
Controle o fluxo de caixa
Complementarmente, tenha um bom acompanhamento do fluxo de caixa. A ideia central do fluxo de caixa é monitorar as entradas e saídas de recursos do caixa da sua empresa, de forma alinhada às datas. Imagine que amanhã o financeiro tem que pagar um fornecedor cuja fatura é no valor de R$1.000,00, mas você só possui em caixa R$750,00.
Note que, se sua empresa não cobrir essa diferença de R$250,00, essa obrigação se tornará uma dívida. Por sua vez, essa dívida poderá ter a incidência de multa e juros. Um acompanhamento minucioso e diário do fluxo de caixa lhe dará maior capacidade de ajustes do fluxo de entradas e saídas.
Para ajudar com isso, criamos uma planilha de fluxo de caixa gratuita para você fazer a gestão financeira da sua empresa.
Identifique quais despesas é possível cortar
Com os números em mãos e um acompanhamento mais próximo, analise cada categoria. Veja o que cresceu muito, o que teve um comportamento diferente do normal, o que aconteceu fora do planejado ou até mesmo dentro do planejado.
Em especial, na hora de cortar despesas, identifique os desperdícios e corte-os. Quando essa análise for feita, você se surpreenderá com alguns valores pagos por coisas simples. O desperdício mais comum nas empresas está na compra de materiais, como folhas de papel.
Mas também há desperdícios no estoque, como comprar itens que vendem pouco e ficam encalhados. Produto parado é dinheiro parado que poderia ser gasto com uma mercadoria com maior demanda e, com isso, gerando maiores ganhos para o negócio. Fique atento aos produtos parados em estoque.
Gastos com pessoal também são uma fonte muito grande de desperdícios, principalmente por horas extras. Observe bem a quantidade de horas extras, mas em especial, investigue as razões das horas extras. Às vezes, pode ter sido por uma demanda extraordinária ou pode ser um profissional improdutivo que precisa de ajuda. Acompanhe os gastos com pessoal.
Leia mais: saiba como contratar os funcionários certos e não desperdiçar tempo e dinheiro.
Acompanhe os resultados
O controle financeiro empresarial é uma das peças-chave para o sucesso do seu negócio. Se as finanças não estiverem em dia ou fugirem do controle, os riscos de problemas maiores são muito grandes. Por isso, mantenha um acompanhamento muito próximo, veja indicadores para acompanhar a saúde da sua empresa e coloque em prática as dicas que apresentamos neste artigo.
Agora que você já sabe como melhorar ainda mais o seu controle financeiro empresarial, é a sua vez de colocar a mão na massa!
André Galhardo é economista-chefe da Análise Econômica, professor universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais, coordenador do Grupo de Pesquisa DEPEC da UNIP e Mestre em Economia Política pela PUC-SP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, e é autor do livro “O Salto do Sapo: a difícil corrida brasileira rumo ao desenvolvimento econômico”.
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