03 maio 2021

Como fazer um planejamento orçamentário e financeiro

Como fazer um planejamento orçamentário e financeiro

Como fazer um bom planejamento orçamentário e financeiro?

Antes de mais nada, você sabia que a capacidade de planejar é o que, essencialmente, nos diferencia dos demais animais? Uma formiga, por exemplo, também trabalha – e trabalha muito, diga-se de passagem. Mesmo assim, para ela, o trabalho é rotineiro e instintivo. 

A gente não trabalha por instinto. Não à toa, a gente dá um valor muito grande para as ideias. Primeiro temos uma ideia, depois colocamos a mão na massa. E no meio do caminho, a gente planeja cada uma das nossas ações.

Quando se trata de uma ação coletiva, como é o caso de uma empresa, em que várias pessoas estão atuando em conjunto para alcançar um objetivo em comum, esse planejamento ganha uma importância ainda maior.

Apesar dos diversos aspectos do planejamento, vamos falar sobre o papel, a importância e algumas dicas de como fazer um bom planejamento orçamentário e financeiro. 

Preparados? Vamos lá!

Qual a diferença entre planejamento orçamentário e financeiro? 

Para começarmos do jeito certo, precisamos distinguir o planejamento orçamentário do planejamento financeiro. Planejamento e orçamento são parecidos, mas possuem diferenças muito relevantes. 

Do ponto de vista da empresa, o planejamento financeiro está mais ligado à visão de curto prazo de entrada e saída de dinheiro. Por esta razão, o planejamento financeiro, muitas vezes, se resume a uma de suas principais ferramentas: o fluxo de caixa

Dito isso,você deve estar se perguntando o que é planejamento orçamentário. Ele é mais amplo e tem um horizonte temporal mais longo – geralmente de, no mínimo, um ano. Além disso, ele não leva em consideração somente a entrada e saída de caixa, mas, sim, as receitas, custos, despesas e investimentos.

Para facilitar a compreensão, vale associar com dois métodos que estão por trás de cada um: o regime de caixa e o regime de competência. 

No regime de caixa, fazemos um acompanhamento “em tempo real”, levando em consideração o registro dos documentos na data de pagamento ou recebimento, como se fosse uma conta bancária. No regime de competência, por sua vez, o registro do evento se dá na data em que ele ocorreu. 

Por exemplo: a ocorrência de uma venda de R$300 parcelada em três vezes. Do ponto de vista de caixa, portanto, do planejamento financeiro, o dinheiro ainda não entrou na conta. Assim, a entrada só será considerada no futuro, em 3 x R$100. Do ponto de vista orçamentário (de competência), a venda já foi realizada, então já há o registro e controle no mesmo mês. 

O objetivo do regime de competência e do planejamento orçamentário é garantir que você não tenha gastos maiores do que sua capacidade de pagamento. O propósito do planejamento financeiro, por sua vez, é refletir a posição real de quanto dinheiro há disponível em caixa.

Leia também: o que é gestão financeira

Quais os tipos de planejamento orçamentário? 

Como tratamos de gestão financeira e de fluxo de caixa aqui, vamos compreender melhor o planejamento orçamentário desta vez. Ele é fundamental para o sucesso profissional e, para cada tipo de negócio, objetivo e estrutura, existe um tipo mais adequado de planejamento orçamentário. 

Vamos conhecer os principais tipos:

Estático

É o tipo mais simples. Neste modelo, o planejamento não sofre alterações ao longo do tempo. O que se define, inicialmente, é seguido à risca até o final, sem mudanças até o próximo planejamento orçamentário.

Variável

E o outro lado da moeda, com um pouco mais de flexibilidade, é o planejamento orçamentário variável. Neste formato, diferentemente do estático, há uma margem de manobra no planejamento dos custos, despesas e investimentos a partir dos volumes de produção ou vendas. Deste modo, pode ser que, se as vendas crescerem, os custos variáveis acompanharão o aumento. 

Contínuo (Rolling Forecast)

A ideia central do planejamento orçamentário contínuo é a revisão constante. Aqui, o orçamento é revisto mensalmente, sempre projetando 12 meses à frente. Ou seja, no final do mês, o orçamento é revisto, atualizado e acrescenta-se um mês ao planejamento, perfazendo sempre 12 meses. 

Por exemplo, em dezembro de 2020 foi feito o planejamento para os 12 meses de 2021. Ao final de janeiro de 2021, o planejamento é revisado e estendido até janeiro de 2022. Já em fevereiro de 2021, é feita nova revisão e estende-se  o plano até fevereiro de 2022. E assim sucessivamente. 

Ajustado (Forecast)

Este é quase um modelo híbrido, ou seja, que combina características de outros tipos. Neste tipo, o orçamento é estipulado para cada mês e revisado periodicamente considerando três perspectivas: o planejado, o realizado e o revisado. 

Por exemplo, se a empresa tem R$60.000 para gastar no ano todo com marketing, o planejado aqui pode ser algo em torno de R$5.000 por mês. Ao revisar o orçamento no fim de março, digamos que R$30.000 já foram realizados. Assim sendo, do total orçado, restou R$30.000 para os nove meses restantes, ou seja, aproximadamente R$3.300 por mês (o revisado). 

Base Zero (OBZ)

Geralmente, o planejamento orçamentário parte do histórico dos planos anteriores ou mesmo do que foi realizado em anos anteriores. Como usar dados passados pode, eventualmente, trazer algum viés de análise ou decisão, a proposta desta abordagem é partir do zero a cada novo planejamento. 

Colaborativo (Beyond Budgeting)

Este é o mais diferente entre todos os tipos de planejamento. Em grande medida, trata-se de um modelo de gestão sem orçamentos. Este modelo possibilita maior maleabilidade e adaptabilidade. A ideia por trás deste formato é a descentralização da missão de fazer um plano orçamentário, uma vez que os colaboradores ou áreas podem submeter seus planejamentos para compor o orçamento do negócio. Este modelo é recorrente em fábricas e bancos, por exemplo, e costuma durar um período de 18 meses ou mais.

Leia mais: quais as vantagens da conta PJ digital para o seu negócio

Como realizar um orçamento empresarial? 

O primeiro passo para um bom orçamento empresarial passa por definir qual é o formato ou tipo de planejamento mais adequado para o seu negócio. Nesta etapa, contar com o suporte de algum profissional, como um administrador, contador ou economista é fundamental. 

Inclusive, cabe destacar que o tipo de planejamento orçamentário pode mudar com o tempo, afinal, a empresa também muda e o planejamento deve acompanhar essas transformações.

Em seguida, é importante levar em consideração o tamanho da sua empresa, as características do seu segmento, o nível de maturidade do seu negócio e do seu segmento, dentre outras informações.

Feitas estas considerações, você vai definir objetivos e metas que nortearão a construção do plano. Lembre-se: todo planejamento é feito para atingir algo, afinal, não somos formigas que trabalham instintivamente. Daí em diante é mão na massa.

Você vai construir o plano com base em alguns pontos-chave, dentre eles:

  • Expectativas de vendas;
  • Projeção de deduções de vendas;
  • Custos de produção;
  • Gastos com pessoal;
  • Despesas operacionais;
  • Investimentos.

Como investir no seu negócio  

Já sabe como fazer o seu planejamento orçamentário e financeiro e percebeu que não tem o capital de giro necessário para fazer seu negócio crescer ou investir em matéria-prima, compra de estoque, marketing e reformas? 

Nesse caso, o empréstimo empresarial pode ser uma boa alternativa para você. Segundo um levantamento realizado pela BizCapital, o número de crédito PJ concedidos para micro e pequenas empresas cresceu 16% no primeiro trimestre de 2021 em comparação ao mesmo período do ano passado.

“Até pouco tempo atrás, era preciso ir até aos bancos ou financeiras para solicitar uma linha de crédito para micro e pequenas empresas. Mas graças aos avanços da tecnologia nos últimos anos e, principalmente, com a chegada das fintechs no país, agora é possível solicitar empréstimo PJ sem sair de casa, pelo próprio celular ou computador. Sem as inúmeras intermediações que ocorrem em bancos tradicionais, o processo fica mais simples e rápido, e as taxas acabam diminuindo”, explica Cristiano Rocha, diretor de crédito e cofundador da BizCapital.

A confiabilidade das fintechs são garantidas pelo Banco Central, uma das instituições que regula o mercado financeiro e monitora as atividades dessas empresas. Ou seja, as companhias precisam seguir regras rígidas para oferecer seus produtos à população. Além disso, todo o processo, desde a solicitação até a tomada do empréstimo, é feito online, de maneira totalmente segura. 

“Um empréstimo PJ, quando bem organizado financeiramente, não só impulsiona o crescimento, como também alivia o caixa atual da empresa. Dessa forma, você não mexe no dinheiro que tem e aproveita o crédito para investir no que precisa para avançar com seu negócio”,  finaliza Rocha.

A BizCapital, por exemplo, oferece o BizCred, crédito PJ, de até R$500mil, com taxas a partir de 1,99% ao mês e parcelamento em até 36 meses. E a resposta da sua análise sai em poucos minutos. Para solicitar o seu BizCred, é só acessar aqui ou clicar no botão abaixo.

E aí, aprendeu como fazer um bom planejamento orçamentário e financeiro para a sua empresa? Então, compartilhe essa informação com a sua rede de contatos e bons negócios para você 🙂

Esse texto foi escrito por André Galhardo, Mestre em Economia Política pela PUC-SP, economista-chefe da Análise Econômica Consultoria, professor e coordenador universitário nos cursos de Ciências Econômicas, Administração e Relações Internacionais e coordenador do Grupo de Pesquisa DEPEC da UNIP. Possui ampla experiência em análise de conjuntura econômica nacional e internacional, com passagens pelo setor público. 

*Texto originalmente publicado em 19 de outubro de 2018

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